Muitos viram no Instagram que há algumas semanas atrás eu estava viajando com meu filho pela Europa. Fomos para Turim, Lyon e Paris. Esta foi a primeira vez do Bernardo na Europa, mas ele viaja comigo desde bebê. Várias pessoas me pediram dicas pelo blog e pelo Instagram, por isso achei melhor fazer um post contando da minha experiência.
Eu nunca tive receio de viajar com criança! Sempre achei que teria muitos filhos e já ficava pensando na logística. Até agora só tive um (não por opção) e tanto eu quanto meu marido gostamos muito de viajar com ele, apesar da canseira. Levei ele para SP quando tinha só 2 meses, e com 7 meses já estava conosco em Miami. Ele adora viajar e se adapta bem a novos lugares, mas meu problema com ele sempre foi comida.
Até o ano passado, quando passamos 20 dias nos EUA, eu sempre ficava com ele em apartamento e fazia a comida, colocava em uma térmica e levava comigo. Por um lado era trabalhoso ter que fazer a comida, mas por outro era cômodo pois podia dar o almoço em qualquer lugar e qualquer hora, e podíamos almoçar onde quiséssemos sem a preocupação do que a criança ia comer.
Desta vez não tive esta opção, e também já passou da hora do menino começar a comer o que tiver no restaurante né? Mas foi um stress! A comida na Europa é muito diferente da que ele está acostumado em casa, e o Bernardo não come bem; só pensa em doce! Na Itália não queria saber de macarrão com molho, e basicamente ficou a base de pão. Na França eu tentava pedir purê de batata com frango, mas ele só comia com brigas e ameaças. O único dia que comeu bem foi em um restaurante que encontrei arroz.
Ir em restaurantes da Europa com crianças é bem complicado. Em Miami nós sempre levamos, até em em alguns que não são tão children`s friendly, e apesar de uma birra ou outra nunca senti que estava incomodando. Mas na Europa é raro ver crianças em restaurantes, e elas são acostumadas desde bem novas a falar baixo e se comportar. Já eu, passava o tempo inteiro repetindo: "fala baixo Bernardo, senta direito, fala baixo, olha a confusão, comeee!" Resolvi que quanto menos fosse em restaurantes, melhor seria.
Já na França, comecei a ir naqueles cafés mais turísticos, sentar do lado de fora, e comer crepe e sanduíche de queijo. Tentava fazer ele comer ao menos um pedaço de carne ou frango de vez em quando, mas sem arroz ficava difícil. E dava bastante leite de manhã e de noite; quer dizer, bastante não pois ele também não toma muito leite (isso mesmo), mas colocava muito pó para pouca água. Ah, e não vamos esquecer dos biscoitos!!! Era biscoito de manhã, de tarde e de noite!
Bom, desculpem as que irão me achar uma péssima mãe por deixar o menino à base de pão, crepe biscoito e suco de laranja artificial por 12 dias, mas realmente não tinha muita escolha. Cada um deve ver o que é melhor de acordo com cada caso e cada criança. Esta foi minha experiência.
Bom, daí tenho que falar também das birras né?! Criança de 3 anos, super voluntarioso, chega em um lugar novo e com 5 horas de diferença de fuso horário. Além das birras na hora de comer, tinham também as birras para não sair do parque, para fazer o que queria na hora que queria, para fazer o que não podia, coisas de criança. Agora, quando as birras são públicas, e especialmente na França, onde tudo é muito formal, você fica com a cara de morta de vergonha. Alguns dias eu era mais paciente, outros nem tanto. Mas mesmo com os perrengues, valeu muito a pena e faria de novo.
Eu estava viajando com meus sogros, e meu marido não pôde ir. Então era eu e o Bê 24 horas grudados, dormindo na mesma cama, sem pausa para descanso. Meus sogros tentavam ajudar, mas ele só queria a mamãe. E quando ele dormia, eu ia trabalhar, pois em Brasília eram 5 horas a menos e meu celular não parava de receber mensagens, computador lotado de e-mails, e várias festas para organizar que aconteceriam assim que voltasse. Já era início do verão, e o sol só ia embora lá pelas 9:00 da noite, e o Bê não queria saber de dormir enquanto não anoitecesse. Então o dia era longo, e pra mim só terminava depois da meia-noite.
Mas vamos para a parte boa né? Os passeios. Alguns dias consegui fazer passeios mais culturais, mas respeitando o tempo dele. Não dá para ficar 3h em um tour dentro da Igreja com uma criança de 3 anos né? Então eu entrava, conhecia, ia lá pra fora, ficava na lojinha, voltava, e dava certo. Tentava revezar um dia de passeio cultural, com um dia de atividade infantil só eu e ele.
Basta procurar, que em qualquer cidade você irá encontrar um belo parque, um playground legal, uma loja de brinquedos diferente. Ficamos só 3 dias em Turim, e não vi quase nada pra criança na parte que eu estava na cidade. Meu marido encontrou o
Parco Del Valentino no Trip Advisor e passamos um dia inteiro por lá; precisava de mais tempo para ver tudo. De longe um dos parques mais lindos que já vi na vida, e o mais interessante é que possui um a reprodução exata de castelo medieval, construído com todos os detalhes da época dos cavaleiros. Até as lojinhas lá dentro parecem lojas de outra época, e o passeio pelo castelo é muito interessante.
No parque, dá para alugar aquelas bicicletas duplas (que eu pedalei sozinha carregando o menino de 14 kg e quase morri) e andar o parque todo. Tem parque de diversões, playground, vários locais para comer, lago, jardim japonês, área de picnic...Um lugar realmente lindo.
Como não fiquei mais tempo em Turim, não conheci outros locais para indicar que sejam legais pra crianças, mas este parque já valeria a viagem. Ah, e quem for a Turim não pode deixar de visitar os cafés centenários da cidade, e o mercado gourmet
Eataly. Recém-inaugurado em SP, o de Turim foi a primeira unidade a ser lançada e é um lugar imperdível.
Vejam algumas (muitas) fotos.
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No centro de Turim; as fontes eram uma alegria |